E aí, vai na onda?

Marina vai na onda..(não gente, não é sobre política)

4º lugar na colocação geral entre 4 categorias, 1º lugar na categoria texto... no Brasil.

Marina, 14 anos, não se enquadrava nos padrões de beleza, nem era popular, ficou instigada quando soube que as amigas descobriram um método infalível para perder peso e ainda ganhar fama de garota esperta, mesmo não tendo grana.
Estava decidida a mudar de vida, ia deixar o anonimato para cair na boca do povo, queria se destacar. Seguiu as amigas, elas entraram num barracão antigo do bairro, lá dentro tinha uma mesa, um homem de boné e cabeça baixa as recebeu.
Conversaram por alguns minutos, elas saíram de lá ansiosas.
No começo era difícil conseguir entrar no ritmo, os garotos tinham muito mais disposição, Marina ficava sempre confusa, mas repetia o que via a maioria do pessoal fazer.
Voltava para casa exausta, sua mãe nem dava atenção. Acordava e sentia o corpo todo doer, mas com o tempo foi se acostumando.
Logo os efeitos começaram a surgir, Marina perdeu peso, quando chegava na roda, todos a conheciam, ela tinha ficado boa naquilo, estava na boca do povo.
Começou a namorar o líder do grupo, um negro alto, o mais lindo que ela já viu, as garotas queriam ser como ela, Marina, morena, a tal...
Era agora a líder do grupo, era a primeira chegar e a última a sair da roda de Hip Rop, projeto social da comunidade, um jeito de viver sem drogas, a maior onda que ela experimentou.

 

Beatriz S.R.(imagem net)